Comércio Justo é uma alternativa para comercialização de produtos com dificuldade de inserção no mercado convencional.

O que é

O Comércio Justo é um movimento internacional que procura gerar benefícios ao produtor. Entre os segmentos que encontram mais oportunidades no Comércio Justo, destacam-se produtos do agronegócio, artesanato e confecções, de comunidades, associações e cooperativas dos meios rural e urbano.

Surgido nos anos 1960, é um movimento internacional que procura gerar benefício a quem realmente produz. Trata-se de uma relação aberta entre produtores e consumidores que garante a divisão equilibrada dos ganhos, enfraquecendo a exploração por intermediários comerciais.
Constitui uma alternativa prática para a comercialização de produtos de segmentos que encontram dificuldades de inserção no mercado e comércio convencionais.

No cenário nacional, o Comércio Justo, também conhecido como "Comércio Ético e Solidário", é uma realidade recente e um conceito pouco conhecido da maior parte de produtores e consumidores. Essa modalidade de comércio é uma estratégia para promover a inclusão social e econômica de uma parcela expressiva de empreendedores brasileiros ainda à margem do mercado e, portanto, carentes de oportunidades.

A alternativa apresenta inúmeras oportunidades a serem exploradas pelos pequenos negócios brasileiros. A experiência com o Comércio Justo já deu certo em países em desenvolvimento: o México adotou uma marca própria de Comércio Justo para o café, alavancando o sistema para outros segmentos.
Em linhas gerais, o Comércio Justo, Ético e Solidário atribui grande parte da miséria, da devastação ambiental e da massificação cultural do planeta às relações comerciais injustas entre pessoas, empresas e nações.

Funcionamento

Os principais personagens do Comércio Justo no mercado internacional são os produtores, importadores, licenciados e as world shops.
Os importadores não só cuidam da importação e da distribuição dos produtos para as world shops, muitos mantêm lojas próprias ou sites e ajudam ativamente a promover todo o movimento.
Os licenciados são empresas que têm o direito de usar o selo de “Fair Trade” mediante o pagamento de licenças, concedidas pelas iniciativas nacionais (movimentos organizados que mantêm entidades de certificação e promovem as empresas e produtos) ou pela Fairtrade Labelling Organizations International (FLO).

As empresas podem ser especializadas em Comércio Justo ou atuar no comércio tradicional com marcas convencionais, incorporando itens com o selo de Comércio Justo a suas linhas.
O licenciado também dá apoio de marketing às lojas e paga ao importador. As certificações são realizadas pelas iniciativas nacionais existentes em 17 países, sendo 14 na Europa e as demais nos EUA, no Canadá e no Japão.
Criada em 1997, a FLO certifica os produtos vendidos em mais de um país e seus respectivos produtores, além de ser responsável pela harmonização dos critérios de certificação e da criação do selo internacional unificado. As iniciativas nacionais são a espinha dorsal do sistema e têm as seguintes atribuições: 
  • Receber recursos e dar apoio a seus associados;
  • Ajudar a definir os critérios internacionais de certificação de produtos e produtores, junto com a FLO;
  • Realizar ações e campanhas de educação de seus associados;
  • Conscientizar o público consumidor, além de realizar lobby junto a órgãos governamentais;
  • Prospectar licenciados para a fabricação de produtos e conceder as licenças de uso do selo de Fair Trade (Comércio Justo);
  • Oferecer apoio e orientação para o marketing das lojas.

Sebrae apoia

Num contexto econômico mundial, o Comércio Justo surge como alternativa viável para proporcionar aos pequenos empreendedores o acesso ao mercado em condições mais justas. O Sebrae atua nesse quadro com a missão de aumentar a contribuição dos pequenos negócios para a produção nacional e fortalecer a cultura do empreendedorismo e da cooperação.

Nos últimos anos, o Sebrae dedicou boa parte de suas atividades para ajudar as comunidades a identificarem suas vocações e potencialidades e, ainda, explorar as vantagens locais. Esse é um processo participativo, democrático e solidário. Esse trabalho envolveu os governos federal, estadual e municipal, além de entidades de classe, organizações não governamentais e lideranças comunitárias.

A iniciativa permitiu ao Sebrae conhecer a realidade de, aproximadamente, 1,7 mil pequenos municípios brasileiros. Esse conjunto de informações resultou em um planejamento para incentivar o empreendedorismo, apoiando negócios que gerem empregos ou ocupações produtivas e renda.

O papel e benefícios do Comércio Justo que justificam o apoio do Sebrae

Esses empreendimentos são realidade. Mas para que fiquem ainda mais consolidados, precisam de novos investimentos, principalmente na criação de melhores condições de troca.

Num contexto econômico mundial, o Comércio Justo surge como alternativa viável para proporcionar a esses pequenos empreendedores acesso ao mercado em condições mais justas.
Nos mercados nacional e internacional existem oportunidades concretas, tanto na procura quanto na oferta. Para os dois vértices há grandes potenciais de produtos e capacidade de produção, o que justifica o esforço do Sebrae nesse sentido.

Essa iniciativa se enquadra nos objetivos estratégicos do sistema Sebrae de aumentar a contribuição dos pequenos negócios para a produção nacional. Além de aumentar a participação dos pequenos negócios nos mercados interno e externo, o apoio do Sebrae fortalece a cultura do empreendedorismo e da cooperação.

Sendo assim, é importante ressaltar que o objetivo maior do Comércio Justo é garantir condições justas aos pequenos produtores, e não de ajuda humanitária assistencialista.
Para isso, é estabelecido o contato direto entre o produtor e o comprador. Essa relação tira o produtor da dependência de intermediários e de instabilidades do mercado global, ao mesmo tempo em que assegura ao comprador o papel de verdadeiro parceiro.

O resultado é uma remuneração justa e uma relação comercial estável, além de apoio técnico e financeiro quando for preciso, com benefícios das duas partes.
O Comércio Justo se propõe a ser uma alternativa concreta para o atual sistema de comércio global. Tem também como objetivo o desenvolvimento sustentável da comunidade de produtores, tanto no aspecto socioeconômico quanto no que diz respeito ao meio ambiente.

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