Jundiaí   investe  em  sistema  de  reciclagem  de  entulho

Material recolhido na cidade é levado para usina que funciona em parceria público privada. Segundo a empresa, são 20 mil toneladas/mês. 'Economizamos recursos públicos, que podem ser utilizados em outras áreas', diz gestor.


Saber o que fazer com entulho nem sempre é uma tarefa fácil. Para evitar restos de material jogados pelas ruas, algumas cidades adotam o recurso de multar os moradores.
Em Jundiaí, no interior de São Paulo, quem joga entulho em qualquer lugar pode ser multado em até R$ 8 mil.
Mas para ajudar os moradores a manterem a cidade limpa, ecopontos foram espalhados pela cidade. O morador pode descartar nos locais até uma tonelada de resíduos, sem custo.
Todo o entulho recolhido na cidade é levado para uma usina que funciona em parceria público privada. Segundo a empresa, são 20 mil toneladas por mês.
No local, o material é armazenado e classificado. E depois de passar por uma máquina, o resíduo vira areia e pedras de vários tamanhos. Os produtos reciclados voltam a ser usados em muitas obras.
Entre os materiais estão base para asfalto, para manutenção de estradas rurais, piso que não empoça água. O entulho ainda é usado para construção de praças, parques e jardins. Com ele as obras ficam ate 80% mais baratas.
Para manter a qualidade do processo, as caçambas contratadas precisam ser registradas pelas empresas e são monitoradas. O controle é feito por um mapa digital.
A cor verde mostra que ela está regularizada. A empresa que não faz o registro pode ser multada e ter a caçamba guinchada.
Segundo Adilson Rosa, gestor de serviços públicos de Jundiaí, os benefícios são muitos. “Primeiro é o ganho ambiental. Segundo é o ganho financeiro. Nós economizamos recursos públicos, que podem ser utilizados em outras áreas da administração.”
Hoje existem no Brasil 350 usinas como a instalada em Jundiaí. O professor de sustentabilidade Ademar Bueno diz que para os projetos darem certo é preciso muito mais que integração.
Segundo especialistas, menos de 20% dos municípios do país tratam de forma correta o que sobra de demolições e da construção civil.
De acordo com o presidente da Abrecon, Heweron Bartolli, o acúmulo de entulho pode acarretar em problemas graves, como de saúde pública.
“O descarte irregular de entulho gera vetor de doença. Ele gera enchentes, então, uma vez descartando o entulho de forma correta a gente poupa a vida útil de aterros, a gente economiza a extração de recursos naturais que seriam oriundos de pedreira.”

Descarte pelo Brasil

Todos os anos o Brasil descarta 100 milhões de toneladas de entulho. Empilhada, essa sujeira toda formaria 7 mil prédios de dez andares.
Em Belém, telhas e tijolos vão parar nas ruas e nas margens dos canais. São 200 toneladas por dia.
A prefeitura de Belém afirmou que o entulho coletado na cidade é usado para a cobertura de lixo doméstico e que duas usinas de reciclagem e seis ecopontos estão em processo de implantação na cidade.
Em São Paulo, os pontos de descarte irregular se multiplicam. São mais que 3,5 mil. A prefeitura da maior cidade brasileira recolhe diariamente quase 2 mil toneladas de entulho.
A prefeitura de São Paulo declarou que tem cem ecopontos e pretende aumentar esse número, e que uma lei proíbe o descarte de entulho em locais públicos.
O Ministério do Meio Ambiente afirmou que desde 2010 o país tem uma política nacional de resíduos sólidos e que estados e municípios tem até 2022 para elaborar e atualizar os planos de gestão de resíduos.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog