Catadores nos jogos Olímpicos 2016 - Sérgio Trindade


 INÉDITO PROJETO DE RECICLAGEM INCLUI 240 CATADORES NOS JOGOS RIO 2016

Inédito Projeto de Reciclagem inclui 240 Catadores nos Jogos Rio 2016

A Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), a Secretaria Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Autoridade Pública Olímpica (APO) Rio 2016 lançaram nesta sexta-feira (29/7) o inédito “Projeto de Reciclagem Inclusiva: Catadores nos Jogos Rio 2016”, na sede da Cooperativa Ecoponto, na Zona Norte do Rio. Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos 240 catadores vão participar do processo de coleta seletiva dentro das arenas esportivas.

A iniciativa faz parte do Programa de Reciclagem nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, cujo objetivo é promover a mobilização dos participantes do maior evento esportivo mundial e da população na destinação correta dos resíduos para reciclagem, além de gerar renda para os profissionais de reciclagem.

“Fortalecer e abrir mercado para Cooperativa de catadores é nosso principal objetivo com esse projeto. Quem faz isso numa Olimpíada está qualificado para fazer em todos grandes eventos no Estado”, disse o secretário estadual do Ambiente, André Corrêa.

Com a experiência adquirida no maior evento esportivo do mundo, os catadores estarão aptos a atuar em qualquer evento de grande porte, um verdadeiro legado de inclusão participativa na cadeia de reciclagem. No total, 240 catadores de 33 cooperativas e três redes, estarão atuando pelas arenas olímpicas, realizando o trabalho de reciclagem e educação ambiental, através de brincadeiras lúdicas.

“O mais importante desse projeto é o legado de reciclagem que vai ser deixado para os nossos catadores. Esse legado vai servir de exemplo para as próximas olimpíadas. Na realidade é a primeira vez na história das olimpíadas que os catadores vão receber um valor pelo serviço prestado, uma diária mínima de R$ 80, e depois todo o material reciclado coletado, estimado em mais de 3 toneladas, será vendido e o valor revertido para eles. Nós esperamos que isso se torne um modelo a ser aplicado em outras prefeituras, entes governamentais e em outras partes do país”, ressaltou o coordenador do programa Ambiente Solidário, da SEA, Ricardo Alves.

O projeto de Reciclagem Inclusiva é operacionalizado pelo projeto Catadores em Rede Solidária (CRS), da secretaria do Ambiente. A ação conta com apoio da Coca-Cola, parceira Master da Rio 2016, que viabilizou a confecção dos uniformes usados pelos catadores e outros materiais de apoio e divulgação.

O coordenador do Programa Ambiente Solidário explicou que os catadores do programa CRS receberam treinamento e a maioria já tem grande experiência na realização de coleta seletiva em grandes eventos, pois a maioria já trabalhou na Copa do Mundo de 2014. Os profissionais vão atuar em três frentes de trabalho: em Deodoro, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca e no Maracanã, durante o período dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, nos meses de agosto e setembro.

A presidente do Movimento Nacional dos Catadores, Claudete Costa, agradeceu o envolvimento e mobilização de todas as autoridades governamentais e empresas parceiras, o que possibilitou a inclusão dos catadores nos Jogos Rio 2016:

“Gostaria de agradecer o empenho da Secretaria de Estado e demais envolvidos, porque, se não estivéssemos conosco, esse evento não estaria acontecendo e não estaríamos prestando esse serviço. Então meu carinho e respeito pela valorização da categoria do profissional de reciclagem. Esse não é só mais um evento que a gente vai estar prestando serviço, é um evento que traz mais um respeito para nossa categoria, uma luta de anos e anos”, disse entusiasmada.

Após a realização dos Jogos Olímpicos, esses catadores também receberão apoio do Programa Ambiente Solidário, da SEA, que tem como objetivo a defesa ambiental, a geração de trabalho e renda, e a promoção de parcerias entre os agentes públicos, o terceiro setor, empresas e outros órgãos – uma política de fortalecimento do Plano Nacional e Estadual de Resíduos Sólidos, em especial a logística reversa.

Durante os Jogos, uma equipe do Programa de Reaproveitamento de Óleo Vegetal (Prove), da SEA, responsável por coletar 150 mil litros de óleo por mês e dar destinação correta em cooperativas, promoverá a logística reversa do óleo saturado produzido nas instalações olímpicas.

Também integram o Ambiente Solidário outros programas que passam por estruturação: a política de logística reversa, o Novo PCSS (Programa de Coleta Seletiva Solidária) que apoia a coleta seletiva junto às prefeituras fluminenses; o Prove; o Escolas Conscientes que irá levar Educação Ambiental às escolas; o Caravana Ambiental, com ações voltadas para as comunidades, e o Entulho Limpo da Baixada (ELB).

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