Empresas e ONGs saem do ‘asfalto’ para capacitar mulheres empreendedoras de comunidades cariocas a gerenciar o próprio negócio de gastronomia e artesanato
MARIA LUISA BARROS
Rio - Unidas por um sentimento em comum, o de transformar vidas, mulheres de comunidades cariocas decidiram arregaçar as mangas e fazer arte, botando a mão na massa. Com o apoio de instituições privadas do ‘asfalto’, entre elas o Consulado da Mulher, braço social da Consul, e as ONGs Asplande e ActionAid, grupos de mulheres chefes de família vêm recebendo lições de culinária e cidadania para montar o próprio negócio e aprender a gerenciar as próprias vidas, com autoestima nas alturas.
A vontade de trabalhar veio de mulheres determinadas, como Mônica Francisco, Raquel Souza e Reginalda Pereira, que com mais oito moradoras da Grande Tijuca montaram a Arteiras. “Além de complementar a renda, nos sentimos mais valorizadas”, diz Mônica. Juntas, elas produzem pães, tortas, massas e serviços de bufê de forma artesanal, além de trabalhos em papel reciclado.
Cooperadas da Arteiras, na Tijuca, e da Maré de Sabores, na Maré, oferecem oficinas para outras moradoras da comunidade
Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Para que a produção pudesse sair do forno, o Consulado da Mulher fez a doação de freezer, geladeira, fogão e batedeira. O apoio foi estendido a mais duas comunidades, a Pão e Vida, no Cantagalo, em Copacabana, e a Maré de Sabores, na Nova Holanda, na Maré. As mulheres fazem bufês para festas e lanches.
A meta agora é obter doações para construir a Casa das Mulheres, futura sede do Maré de Sabores. O terreno elas já garantiram. Para a coordenadora-geral do projeto, Shirley Villela, o Maré de Sabores abriu novo mundo para elas. “A independência financeira permite quebrar o ciclo de violência gerado pela dependência econômica dos companheiros”, observa. Prioridade para as chefes de família
Em apenas dez anos, de 1999 a 2009, a quantidade de lares chefiados por mulheres no Brasil cresceu mais de cinco vezes — saltou de 787 mil para 4,1 milhões. É justamente esse público o alvo do Consulado da Mulher, que atende 160 empreendimentos no Brasil, beneficiando cerca de 2 mil mulheres.
Pesquisa feita pela instituição mostrou que as mulheres que participam do programa conseguem aumentar a renda em 160% e ficar mais próximas dos filhos.
As cooperativas selecionadas são assistidas durante dois anos recebendo todo tipo de assessoria. “Mais do que entregar eletrodomésticos, oferecemos condições para que elas sejam capazes de gerar a própria renda”, afirma a diretora-executiva do Consulado, Leda Böger.
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